quarta-feira, 22 de julho de 2015

A Lei Do Desenmerdanço

O que mais espécie me faz no ramo em que trabalho é que, qualquer pessoa com um pouco de paleio pode trabalhar na área de turismo sem se esforçar muito.
E depois, voilà, aparecem os estudantes de turismo.

Minha gente, vamos lá perceber uma coisa, século XXI, para contextualizar: a maioria dos turistas fala Inglês. Se vocês vão estudar turismo, estudaram turismo, vão trabalhar com turistas, por amor da Santa, saibam falar Inglês.


Hoje em dia ter uma licenciatura não é ter nada. E sendo eu licenciado volta e meia dizem-me os meus colegas (efectivos/estagiários):

" - Ai tu falas tão bem Inglês..."

E então eu tenho de frisar, SEMPRE, que na Universidade ninguém quer saber se vocês sabem Inglês ou não. Em Teoria da Literatura a maioria dos textos de apoio era em Inglês e quem não se soubesse desenmerdar, hum, emerdava-se. Em Literatura Portuguesa do Romantismo a maioria dos textos era em Francês e quem não se soubesse desenmerdar, emerdava-se.

Não suporto as pessoas que pensam que tudo cai do céu como que por magia, como se para aprender uma língua só fosse preciso ouvir as músicas da Beyoncé na rádio e voilà. Enerva-me que as pessoas não queiram aprender nada e depois se acham merecedoras de algum troféu por fazerem as coisas bem de quando em vez, quando as poderiam fazer SEMPRE bem se se dessem ao esforço de darem o litro numa aprendizagem que, muito para além do trabalho, as ajudaria na vida.

E ainda tenho, volta e meia, de lidar com olhares de espanto por trabalhar onde trabalho e não ter formação em Turismo. Hum, pelo que tenho visto dos estagiários de Turismo que me têm passado pelas mãos, a única coisa para que eles servem é mesmo, hum, para turistas!

6 comentários:

  1. Eu sempre tive um ensino de inglês muito acidental. E hoje preciso dele para trabalhar, e lá está, tenho de me desenrascar. E vou melhorando muito no contacto do dia-a-dia.

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    1. Eu era pésismo em Inglês. E como a necessidade aguça o engenho, hoje estou bastante confortável com a lingua, porque quase todos os dias preciso.
      O Francês esse está meio enferrujado, mas também precebo bem.

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  2. Os meus turistas, todos me dizem que estamos BEM acima da média do que eles estão habituados. E por também acho.

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    1. Estámos por que temos de nos adaptar a eles e não o contrário. Mas acredita que esperaria que as pessoas que saem agora do ensino secundário soubessem mais do que aquilo que eu sabia quando de lá saí há uns cinco sete anos.

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  3. Ter um curso superior não significa competência.

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    1. Nem mais, mas o que quero dizer é que hoje em dia as pessoas pensam que por terem mais estudos que sabem tudo de antemão, o que quero dizer é que, sim, tenho um curso superior, mas se eu não aprendesse certas coisas por minha própria iniciativa não teria sido na Universidade que as teria aprendido.

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