Acredito que, se não vivermos as nossas vidas, ninguém as vive por nós. Mesmo que nem sempre seja possível, por muitos momentos que desperdicemos, devemos sempre tentar viver ao máximo. Com apenas 19 anos há já muita coisa que me arrependo de não ter feito. E, há uma quantidade de coisas que quero ainda fazer mas que me deixam completamente paralisado. Tenho medo de muita coisa, e, se para os assuntos banais, sou sempre o primeiro a tomar partido, noutros mais importantes, fico sempre á espera que tomem o primeiro passo. Sei que, assim como aqueles que morrem sem fazer o que desejam, mais cedo ou mais tarde me arrependerei de não ter agido quando tinha hipótese. Mas o medo da rejeição é muito grande. Por muitos amigos que se tenha, por muito forte que se seja, a rejeição é algo que custa suportar. Mesmo para quem a suportou toda a vida. Acho que a primeira vez é sempre a que agora se vive, não se aprendeu nada do passado. Ou então, será esta a verdadeira decepção, pela primeira vez na vida. Tenho sempre medo daquele «síndrome da lapa», mas, se é o que realmente quero, porque não? Ás vezes penso que, se não avançar, essa pessoa também não avança e assim se continuará até algum de nós ter coragem para se levantar e dizer «Sim, eu quero, vou lutar por isso» . Poderia fazer uma abordagem casual, sublime, mas do que me serve? Digo o que penso, mas, se o faço, não será mais nada senão uma conversa em que me limitarei a mostrar o meu espólio de fantasias não realizadas e que poderia realizar com essa pessoa. Será que, quando pensámos muito em alguém, de alguma forma, essa pessoa conseguirá sentir algo, uma força, um pensamento? Acho que ser assim me anda a deixar mais maluco do que aquilo que já sou. Alguns passos custam tanto para serem dados que parece que são os primeiros que damos sobre o mundo. Mas, quando esses passos são para a pessoa de quem gostámos, entre ela e o mundo não há assim tanta diferença pois não?
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