Assim como Macabéia em "A Hora da Estrela" de Clarice Lispector, também eu, uma vez na vida, parei e me perguntei quem era o que fazia no Mundo. Por sorte (ou coincidência?) fiz essa pergunta tarde demais.
Parei por uns instantes, e pensei, ao longo de dezanove anos, quantas pessoas tinham perguntado aquilo que eu queria, aquilo que me fazia sentir bem a mim. Percebi que, por muito má que a minha vida seja, por muita porcaria que tenha de atravessar (e vou atravessar, tenho noção disso, feliz ou infelizmente), houve um dia, um dia em que houve alguém que pensou em mim, que prescindiu de muito para estar comigo, não por ser uma pessoa qualquer mas sim por ser EU. A quantas pessoas acontece isto hoje em dia? Pelo menos uma vez na vida, dei- me á infelicidade de constatar que essa fora a única vez que tal acontecera. Senti- me infeliz também por ter esperado esse momento de toda a gente, essa gente que nunca, nunca pensou em mim, e por quem eu já gastei muitas horas sem ter nada em troca.
Pelo menos uma vez na vida, posso dizer que me arrependo por julgar quem não merecia ser julgado, tal e qual se passará comigo pela vida fora.
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