Em "Onze Minutos" Maria tinha um estranho ritual: após ir para a cama com um cliente, a prostituta tomava um banho, uma maneira de lavar o corpo, mas principalmente a alma. No final de contas não parece um ritual tão estranho quanto isso. É impossível esperar que a agua retire de nós aquilo que nem mesmo nós conseguimos retirar. O bom de saber isso é que metade da "sujidade" nos foi dada por outros e não adquirida por nós. Por muito que afirmasse não ter amor próprio, Maria sentia a necessidade de lavar o corpo e a alma das atrocidades que contra ela eram cometidas, mesmo com o seu consentimento. Então, não devemos também nós também fazer o mesmo? Um banho que assim como o sexo demore onze minutos, mas que no fim pareça ter feito desaparecer aquilo que nos atormentava durante dias e horas.
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