sábado, 18 de dezembro de 2010

Galas De Natal E A Vida Real

Sim, as galas de Natal são uma (triste) realidade. Por acaso este ano ainda não tinha tido o (des)prazer de assistir a nenhuma. Mas pronto, uma tarde com a família junto à lareira, lá se ligou a tv na SIC e todos juntos a ver a repetição da Gala De Natal Arredonda (como se na infinidade de canais por cabo não estivesse a ser transmitido nada melhor...). Acho bom que se ajudem as pessoas/instituições (nem que seja só nesta altura do ano), mas por favor, arranjem pessoas que vão para as galas que consigam ser minimamente credíveis a transmitir a sua (suposta) vontade de ajudar. Aquilo foi um pagode, sinceramente. Quando a câmara passava em frente a um qualquer rosto conhecido, voilá, coincidência das coincidências, estava nesse preciso momento com o seu telemóvel (de frisar que é topo de gama) a digitar uma mensagem para a causa angariar menos de um euro. Isto quando o que essas pessoas gastaram nas roupas e nos ditos telemóveis é descaradamente excessivo face ao que estão a dar. E lá têm elas de fazer uma cara de pessoas solidárias (muitas nem devem ter onde cair mortas, devem precisar tanto do dinheiro como a instituição que estava a ser ajudada). E pergunto eu: não somos todos assim? Quando a câmara passa diante de nós, não sorrimos e parecemos a pessoa mais feliz do mundo? A câmara não é necessariamente máquina. Para quem vive o dia-a-dia como uma pessoa comum, os olhares que nos são dirigidos são as verdadeiras câmaras. E nós rimos, acenámos como se não houvesse amanhã. Estamos numa gala de Natal continua.

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