quinta-feira, 21 de abril de 2011

Krypteria- All Beauty Must Die (Review)


Novo e muito, muito aguardado por mim, finalmente chegou. Krypteria pode não ser a melhor banda do género, pode não ser a banda mais original. Mas é uma banda inovadora.
De um gothic metal simplista e cor de rosa de In Medias Res, passaram para algo mais trabalhado em Bloodangels Cry, My Fatal Kiss foi mais um passo em frente, e finalmente chega All Beauty Must Die.
Começo por onde? Pelo instrumental.
Peguem nuns EPICA (primeiros albuns), peguem numa qualquer banda de gothic metal que use teclados. Tirem os teclados. O que fica? Pois, muito pouco fica de matéria palpável. Guitarras e afins são puros enfeites para se dizer que se é uma banda metal.
Krypteria tem o cuidado de trabalhar as guitarras, o baixo, a bateria, não fazendo destes instrumentos meros enfeites. Não é necessário fazer- se uma banda com dois guitarristas quando a matéria de guitarra nem para um é satisfatória. Com um guitarrista e um baixista, Krypteria criaram instrumentais sólidos muito à Heavy Metal que deveriam ensinar muita coisa às bandas ditas "referências" no estilo.
Passo para os coros, o trunfo de Krypteria. Ao contrário de Sirenia que tem os seus coros com lugares especificos das músicas, sendo completamente expectáveis e por isso mesmo podendo ser descartáveis e assegurados como supérfulos, aqui temos a fidelização de um som que não fica senão mais poderoso e sólido. Embora muitas das vezes sirvam para colmatar a precariedade das letras. Porque nem todas as bandas podem ter letristas como Tuomas Holopainen, é uma grande falha destes alemães. Letras a roçar o básico, mesmo que tendo sido trabalhadas, lançamento após lançamento não atingiram ainda o ponto de rotura com o inglês corriqueiro.
Vocalmente, outro ponto a favor. Chega de pseudo sopranos ou de sopranos cuja técnica parece ter ficado em casa (se é que alguma vez a tiveram). Quando não se assume uma capacidade vocal não se criam expectativas em relação a tal facto. A Coreana Ji-In tem treino operático mas tal nunca foi um trunfo para estes alemães. Porquê? Basta ver as tentativas de recriação desse mesmo treino ao vivo, soam no minimo ridículas. No entanto tal não é, nem nunca foi cartão de visita da banda. Mas o que ouvimos em algumas faixas? Um soprano limpo, profundo, claro, que com certeza seria banal quando repetido até à exaustâo.
A participação da "Metal Queen" Doro Pesch em Victória consegue trazer ainda mais brilho à parte vocal da banda. Não sendo fã desta senhora, acho que o latim lhe assentou como uma luva, só mostrando a força da voz que tem e que só tornou uma música boa, ainda melhor.
Pena que, assim como EPICA, Krypteria esteja perdendo a influência latinizante dos coros e a troque por corais em inglês, que apesar de continuarem a ser explosivos perdem muita da sua individualidade.
Decidiram também regravar dois dos seus temas mais famosos, Liberatio e Get The Hell Out Of My Way, incluídos no primeiro álbum, sendo que o segundo tema nunca tinha sido gravado em estúdio pela actual vocalista. E, se a versão mais intimista em piano (brilhantemente executado pela frontwoman da banda) consegue superar em intensidade a sua antecessora, Get The Hell Out Of My Way perdeu muita da carga de peso que envergava na primeira gravação, não sendo no entanto uma má versâo.
The Eye Collector consegue superar At The Gates Of Retribution, com mais uma vez, um brilhante desempenho ao piano da beleza Coreana, torando este tema em algo que será como Ragnarok é para Leaves'Eyes, um marco de dificil superação.
De louvar o countdown feito pela banda no facebook, comunicando com os fãs e permitindo conhecer amostras na integra do que seria este fantástico álbum, que irá figurar na minha colecçâo.
Um 9 para um álbum onde a beleza morreu somente na capa :(

2 comentários:

  1. Não sabia que ela tinha trabalhado nas obras lol. O seu treino "operático" deve ter sido duro...

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  2. Gostei muito deste album, mas realmente a capa nao é das melhores :S As capas dos albuns anteriores estão mais bonitas, mas pronto.. ao menos o conteudo dele é bom.. antes uma capa má e um conteudo bom que o contrário lol Acho que a voz da vocalista está melhor, mas trabalhada.. gostei! Quanto aos coros, quer seja em Inglês quer em Latim, eles são muito bons (embora prefira em latim, claro!)! Quanto ao instrumental, acho que está bom.. mas acho que comparar com bandas como Epica nao é o ideal, até porque o som de epica é com coros e orquestras e nao sem eles, assim como nightwish.
    Em geral, gostei muito do novo albúm deles :)

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