terça-feira, 9 de agosto de 2011

Por muito tempo as pessoas me perguntavam:
- Porque vestes sempre preto? Dá-te um ar tão triste, no fundo és uma pessoa alegre, e andas vestido com essa cor depressiva.
Ao fim de dois/três anos, cedi ao pedido dessas pessoas. No fundo elas tinham razão numa coisa: a roupa não transmite de todo aquilo que sentimos (dentro ou fora). Não foi uma obrigação, foi uma opção sem um interesse por trás. Mas não me fez mais feliz. As pessoas (eu incluído) preocupam-se demasiado com isso. Esperava talvez que conseguisse alguma coisa que já não tinha há muito tempo. Mas não mudou nada. Ainda há dias em que apetece rir, ainda há dias em que apetece chorar, que apetece gritar. É engraçado como há sempre um sentimento de solidão e nunca me sinto suficientemente sozinho para mandar um berro. Um berro que deite muita coisa para fora. Os antigos acreditavam que a alma saia pela boca das pessoas. Eu acho que há muitas coisas que deveriam sair da minha boca. Assim como entraram algumas que nunca lá deviam ter entrado. Mas isso não interessa. As pessoas estão à espera que se sorria. E por isso sorri-se. Nunca fui de acreditar em astrologia ou em tarologos mas acredito na ideia do karma. De todas as coisas más (ou menos boas) que fiz na vida, todas elas de uma forma ou de outra me foram gentilmente devolvidas. Nas boas também deve ter acontecido mas como sempre está-se sempre demasiado "ocupado" para se aperceber das coisas boas que ocorrem na vida. Talvez por achar que não existem razões para tais benefícios ocorrem mas sei o que fiz para merecer as desgraças. Se o método dos antigos não resultar, posso sempre pensar no método egípcio e tirar o cérebro pelo nariz.

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