Independentemente da quantidade de palavrões que possa voluntaria ou involuntariamente dizer, considero-me uma pessoa educada. Acima de tudo esforço-me para que não me apontem na rua e digam: "o filho de x é um mal educado.". Não sabia era que, com a boa educação tinha de vir igualmente uma boa dose de paciência...
Senta-se a meu lado, não o conheço, sim é irmão de antigos colegas meus. O que fazer? Tentar ser o mais simpático que se pode ser para uma pessoa que só se viu uma ou duas vezes na vida.
- "Ah por que tu deves estudar muito com essa cabeça."
- "Ah por que tu deves tirar grandes notas com essa cabeça."
- "Ah tu tinhas jeito para cientista."
A sério, eu mal vi o rapazinho, vi imediatamente que lhe tinha de dar aquele desconto que se dá àquelas pessoas que não têm as quintas-feiras todas do mês, mas mais de meia hora a ouvir referências à minha cabeça, a minha vontade foi dizer:
"Não, a culpa do buraco da Madeira não é da minha cabeça!"
Há pessoas que confundem curiosidade com falta de tacto. E graças a esse tipo de pessoas eu descubro que sou bem mais educado do que aquilo que pensava por que não disse nenhum impropério durante toda a viagem. Estou a fazer progressos.
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