No espaço de dois dias, fui a duas entrevistas para um part time job. A primeira,na Terça, em Santa Catarina, mesmo chegadinho ao Marquês (sabe Deus o que me custou subir aquela rua toda) para chegar lá e descobrir que para aquela empresa, o conceito de part time era um emprego das nove da manhã às três da tarde... Nem cinco minutos me demorei lá dentro, foi rápido. Depois achei imensa piada ao facto de o rapaz (não era senhor sequer) me ter perguntado o motivo de me ter candidatado à importante função de operador de call center. Lá inventei uma desculpa sobre as minhas capacidades comunicativas mas a minha vontade foi perguntar: "Por que será? Será do guaraná?" (lembram-se desse anúncio? Era uma paródia, quando me lembro...)
Adiante, meti a viola ao saco como diz a minha mãe e no dia seguinte em plena aula de Teoria da Literatura sinto a vibração do meu telemóvel (é tão raro isto acontecer que parece uma festa) e entre deixar a aula da professora Celina e arranjar emprego, pensei que preferia morrer empregado do que numa aula de Teoria da Literatura. Foi um telefonema surreal, diz-me o nome da empresa, eu já nem fazia ideia de que tinha mandado o currículo, pergunta-me se posso ter uma entrevista no dia seguinte de manhã e eu, armado em aluno estudioso digo que NÃO (nunca façam isso a sério) e pergunto se não existe outro horário em que me possa receber e sugere-me às seis e meia da tarde. E lá ficou combinado, depois de muitas gralhas da minha parte, nomeadamente a de perguntar à descarada se precisava de mencionar o nome do senhor e o homem (que depois vim a saber ser assim um jovem também) me responder quase a desmanchar-se que, "sim, era preciso." Lá fui, o ordenado não é grande coisa e segundo o meu jovem pai, não compensava devido aos descontos mas como é o primeiro emprego e segundo disseram à minha mãe hoje, posso ver-me livre das contribuições de recibos verdes por um ano, o que é óptimo, uma vez que adorei o local, a menos de cinco minutos do terminal de camionetas e com um horário que me permite trabalhar de segunda a sexta. Agora é esperar a prometida chamada depois da entrevista a quatro, um funcionário e três candidatos.
Fingers crossed. É uma verdade que estou a encarar o trabalho como uma tentativa de me escapar da faculdade, mas de facto, já não aguento mais...
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