quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Do Orgulho

Olhando atrás no tempo existem poucas coisas que eu possa dizer que efectivamente mudaram na minha maneira de ser. Não digo que não tenha amadurecido mas simplesmente não dei conta de as coisas que se passaram cá dentro nos últimos anos. A única coisa que posso efectivamente dizer que mudou foi o meu orgulho próprio, algo de que estava pronto a prescindir no passado por mínimo que fosse o motivo.
Lembro-me de há algum tempo ter colocado aqui (espero que não esteja equivocado) uma passagem de um livro chamado "Corações de Pedra" da autora Ruth Rendell onde a certa altura diziam à personagem principal (Elvira) que a sua actual humildade em excesso poderia ser tão ou mais prejudicial como o seu anterior orgulho.
De certa forma eu sinto isso também. Não que as coisas me corressem especialmente bem quando me rebaixava perante as adversidades mas arrisco-me a dizer que era decerto mais feliz.
Sei que o facto de me ter tornado mais forte mentalmente (ou assim o julgo) deveria ser algo de que me deveria orgulhar, mas pelo que tenho observado não tenho ganho muito com isso.
Uma parte de mim deseja sinceramente voltar a ser aquela pessoa que tinha tudo só por que deixava a outra parte ter razão.
A outra continua a recusar-se a ceder perante as pessoas que me fazem pensar que estou errado quando não estou, continua a querer erguer a cabeça de cada vez que as coisas correm mal e acabo abandonando algo ou alguém que em tempos (incluindo o presente) me foi querido e essencial.
Chamem-me agora insensível, digam que o orgulho é uma forma de me proteger de ser magoado, mas agora é algo do qual não me sinto apto para abdicar por algo ou alguém.
Quero acreditar que as coisas más que acontecem na vida, somente acontecem para sabermos dar mais valor às boas. As coisas más estão a acontecer e estou a vivê-las mesmo não o desejando. Por isso, quando for possível, agradeço que venha algo bom, para variar.

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