Quando a maioria dos fãs esperava novidades sobre um novo álbum, ou no mínimo um novo single, Tarja anunciou uma nova banda/projecto com o qual iria editar um primeiro álbum, ao vivo. Preguiça, tentativa de inovação, poupança em arrendamento de estúdios, muitas "desculpas" poderiam ser dadas para não ser lançado um álbum de estúdio propriamente dito, mas isso em nada mudaria o cerne das músicas que encontrámos neste "Live At Sibelius Hall".
Neste álbum Tarja para além de cantar algumas músicas inéditas em Finlandês (músicas tradicionais, adaptações de outros temas clássicos) canta também alguns dos temas que já constavam do seu reportório lançados no seu primeiro álbum a solo, "Henkäys Ikuisuudesta".
A interpretação de toda a setlist é, dentro do que Tarja consegue fazer ao vivo, aceitável (diria até acima da média se a compararmos com a sua performance dentro do seu reportório "pesado") mas no entanto vazia. Parece um grande balão que na verdade, se encontra cheio de ar. Continuo a ser da opinião que a cantora se daria lindamente numa carreira crossover tal como Sarah Brightman ou Katherine Jenkins pois num registo puramente clássico torna-se demasiado monótona e demonstra que não tem uma voz que a faça distinguir-se nesse campo, ao contrário do que acontece no cenário metálico. Acima de tudo tem uma voz demasiado impessoal que não me faz despertar mais do que um "OK" resignado após ouvir cada tema do álbum. Parece que o seu único objectivo é interpretá-los sem falhas e fá-lo tão perfeitamente que retira toda e qualquer humanidade presente nos mesmos. Há quem diga que Tarja tem a voz de um anjo. Se com isso querem fazer referência à ausência de sexo dos anjos, sim concordo, a Tarja deste álbum parece um ser vocalmente desprovido de género (e não estou a elogiá-la por isso).
Mas, então e Harus? Quem/ O que são Harus? Harus basicamente parecem uns poucos instrumentistas que dão uma espécie de música de fundo à voz da Finlandesa (orgão, xilofone entre outros). E, quando digo música de fundo, é isso mesmo, em qualquer uma das músicas presentes na tracklist do álbum o instrumental seria facilmente descartável pois nada acrescenta aos temas senão aquele pseudo toque clássico. Curiosamente o único momento do álbum em que realmente parecem realmente uma "banda" é na faixa bónus, "Improvisation Variations Sur Un Noël" onde ganham uma liberdade que se encontrou limitada no restante alinhamento.
Digámos que este projecto se assemelha uns Selena Gomez & The Scene pois o que interessa é a frontwoman, o resto ninguém conhece ou não quer conhecer.
No geral, quem for fã acérrimo da cantora (quer enquanto cantora metal quer como clássica) irá gostar do álbum pois é a Tarja e é preciso gostar de tudo que saí dali.
Para aqueles que, assim como eu, apenas seguem a carreira da cantora por uma mera questão de curiosidade irá achar este álbum puramente uma forma de auto promoção que preferencialmente seria substituído por um single ou um ep com alguns temas novos. Pois por muito que se queira provar o contrário este álbum não representa um projecto. É mais uma forma de auto promoção dispensável. _/10.
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