Durante mais de cinco anos tive o [des]prazer de "conhecer" muitas pessoas [coloco o verbo entre aspas pois acho que nunca conheci como deveria nenhuma delas]. Muitas das vezes cinco minutos eram o bastante para ficar a conhecê-las deveras embora em conversas de cinco horas com as outras possa nunca ter ficado a conhecê-las deveras, conheci somente aquilo que me contavam e partia do princípio de pessoa inocente que seriam verdades.
Quando as pessoas [essas que valiam mais do que cinco minutos do meu tempo] se dispunham a prometer-me algo eu respondia somente "NÃO". A ideia de ter alguém que nos prometa algo [o que quer que seja] é deveras romântica mas sou apologista daquele dizer que reza "as promessas foram feitas para serem quebradas". Partia e parto do princípio que na maioria das vezes as pessoas não estão em condições de cumprir aquilo a que se propõe por isso sempre preferi que não me prometessem nada. Mas quando prometiam, que cumprissem. Mas nunca cumpriram.
Essas coisas por muito que doam na altura, passam, passam sempre. É bom sinal, é sinal de que as coisas não eram assim tão importantes [ou sinal de que eu não sou tão sentimentalista quanto acredito ser, o que a meu ver até é uma pena].
Já nem guardo rancor a essas pessoas que prometeram e não cumpriram [como diz a minha mãe, "Deus ajude a eles e a mim não me desampare"] mas mata-me, enoja-me, quando as pessoas somem da minha vida e as encontro aqui e ali quando menos espero. Quando as coisas se julgam mortas e de repente aparecem aos nossos olhos é das piores sensações que se podem dar a sentir a alguém.
Por que durante muitos anos podem esquecer-se as palavras menos boas dirigidas à nossa pessoa [e acreditem, já são algumas] mas nunca esqueci uma promessa que me fizessem. E quando tais criaturas reaparecem num ápice à nossa frente todas as coisas más voltam em força fazendo-me desejar que o chão me engula, ou na melhor das hipóteses, que as engula a elas, num buraco tão fundo que não se consigam ouvir os seus gritos, gritados na mesma voz com que disseram as promessas que nunca estiveram dispostas a cumprir.
Promessas: nunca as esqueço. Quando não cumpridas, azedas de mágoa.
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