quarta-feira, 14 de março de 2012

Sessão De Psicologia Gratuita No Café

Quanto a vocês não sei, mas eu acho extremamente interessante discutir os assuntos mais íntimos nos locais mais banais que possam existir, ou seja, os cafés. Cada um com o seu café, subimos para o segundo piso da Boulangerie e começou a dissertação.
A minha mala da OMNI [aquela mala tem mais história que sei lá o quê, qualquer dia vira filme] virou a minha Wall Of Shame, um conceito que a Matilde referiu mas o qual se recusou a explicar-me. Mas como ela é boa moça, acredito que não seja nada de sexualmente ofensivo.
Adiante, ela, com uma paciência de SANTA repetia:

"Mas por que é que tu te metes nessas coisas?"  - Feita por outras pessoas noutros locais, esta pergunta levar-me-ia a uma introspecção não muito feliz. Hoje simplesmente desencantou sorrisos embaraçados de parte a parte muitas das vezes acompanhados pelo pleonasmo 

"Imagem Visual"

Acho que durante pelo menos uma hora a Matilde deve ter usado este termo meia dúzia de vezes e eu tenho pena dela por que se há coisa que eu não desejava a ninguém, era o pavor de me imaginar nas situações que eu a muito medo, riso e receio lhe ia enunciando. 

"Por que tu sabes que as coisas vão correr mal e mesmo assim metes-te na mesma e depois ficas assim a pensar nas coisas."

True Fact. Acho que desde segunda feira que tenho pensado nas mesmas coisas vezes e vezes sem conta, e agora nem as sessões de psicologia no café ajudam.

Descobri também [a Matilde é que reparou, melhor dizendo] que tenho um vício de BIXA de que quando fico nervoso começo a mexer as mãos e a gesticular como se não houvesse amanhã. Dou graças a Deus por não me mostrarem a minha figura quando estou a fazer tais gestos senão teria de repensar a ideia que tenho das bixas visto que me devo equiparar a uma nos meus momentos de maior stresse. 

A Matilde ainda me queria fazer prometer que, até à próxima semana me iria desligar de todos aqueles lugares apelativos ao pecado da carne para ver se deixava de me magoar sem necessidade alguma. Não consegui prometer-lhe tal coisa. Acho que cheguei a um nível de desespero tal que a única coisa que consigo prometer às pessoas é que não me vão ver quieto durante muito tempo se isso de mim depender.


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