Ontem recebi um e-mail de uma empresa de dobragens para a qual tinha enviado uma candidatura há séculos informando que a mesma estava a recrutar novos actores assim como guionistas para uma série de humor. No segundo caso, os interessados poderiam enviar um guião ou texto de humor sobre um tema à escolha.
Eu não tenho formação em cinema ou teatro, tive aulas de História do Teatro na Universidade mas foi apenas isso. Procurei por modelos de guiões por essa internet fora e só a descrição dos cenários e personagens iria tomar-me praticamente o limite de 400 palavras imposto pela empresa.
Assim sendo enviei um texto humorístico sobre as relações homossexuais, um assunto que tem estado na berra, mas depois de ler aquilo que enviei, e mesmo enquanto escrevia, tive a perfeita noção de que o meu sentido de humor só seria percebido por poucos, ou mesmo por nenhuns. E provavelmente a maioria das pessoas nem acharia piada alguma ao dito texto. Mesmo assim, enviei-o e pedi que me dessem um parecer mesmo que negativo, pois mesmo que não tenha jeito para a coisa, sempre fui eu que escrevi maioritariamente as peças que se fizeram na minha turma do secundário ao longo de três anos. E essas pelo menos arrancaram boas gargalhadas a quem viu.
Por isso, por descargo de consciência, deixo-vos aqui o meu texto, "A história de Maximiliano":
Maximiliano, um militar de vinte e um anos queria provar a sua bravura e alistou-se para uma caça ao veado no Brasil. Como tinha tanto de bravo como de burro, não percebeu que em vez “veado” estava escrito “viado” e consequentemente foi à caça de homossexuais pelo Pantanal fora. Aí encontrou Adolfo, que tinha tanto de homem como Maximiliano tinha de magro.A junção perfeita de dois seres imperfeitos tinha de ser comunicada aos pais de Maximiliano em Portugal o quanto antes, pois os vestidos de noiva estariam em saldo apenas até ao fim do mês. Um sem número de contrariedades foram apresentadas pela família do noivo [ou noiva, esta coisa dos casamentos homossexuais é complicada].Palmira, a mãe do noivo, uma Dondoca com “D” grande insistiu veemente que o seu Maxi não tinha cú para o vestido o que era uma tragédia.Onofre, o pai do noivo, disse que não queria compactuar com tais modernices, afirmando que queria que o seu filho fosse um SUPER MAXI e não um MINI MILK.Helga, a irmã mais nova do noivo, ladra de toda a gordura que faltava ao pobre coitado, queixou-se da falta de um copo-de-água. Não queria água, apenas comida. Muita.Maximiliano chorou muito. Ou colocou um lenço à frente dos olhos e emitiu uns sons estridentes, o que é praticamente a mesma coisa. Adolfo, sentindo-se ofendido por não ter sido considerado o real portador do vestido de noiva, abraçou o seu Maxi e prostrarem-se os dois na fila das bichas incompreendidas.Neste momento continuam a ser incompreendidas e ainda não saíram da fila. Mas têm-se um ao outro e isso é que importa.
Eheh, está engraçado xD
ResponderEliminaroh tu não contas xD
EliminarNão é um humor habitual mas, para mim, está muito bom! Consegui imaginar a cena e é deveras engraçada xD
ResponderEliminar'brigado ;)
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