sábado, 21 de março de 2015

O Encontro Com O Moço Das Batatas Assadas

Quem promete, cumpre, e eu sempre fui sair com o moço das batatas assadas.
Eu sei que não sou lindo de morrer, ou, melhor dizendo, eu não sou lindo, pronto. E sabia que o moço também não era nada do outro mundo. Por isso, à medida que me ia dirigindo ao encontro dele ia dizendo para mim mesmo:

" - Pensa muito negativamente a respeito dele, assim quando o vires pode ser que não seja muito mau!"

Até evitei olhar para a maioria das pessoas que estavam na estação com medo que pudesse gostar de alguma e ter de virar costas. Mas no final, lá dei com ele, e pronto.


No entanto, antes de fazer o que quer que fosse, lembrei-me das sábias palavras do Peter Griffin:


Por isso tentei conhecer o N durante a tarde toda, ignorando que me apeteceu chorar quando ouvi o sotaque abixanado dele, em comparação com o meu... Tínhamos combinado ir tomar café, mas como eu já estava a prever um café em modo mute, por que eu iria começar a olhar muito para ele e a pensar que me deveria ir embora, peguei nele e começámos a andar por ali feitos malucos, ele a andar atrás de mim, à espera que eu tivesse uma ideia clara de onde queria ir, quando na verdade eu não queria ir a lado nenhum.


Fiz o rapaz ir do Porto a Gaia, correr a Ponte D.Luiz I, o caís de Gaia e a zona da Ribeira e como ele não me mandava à merda lá parámos para o café. Quando saímos de lá já sabíamos praticamente tudo o que havia para saber das nossas carreiras universitárias, dos empregos e das porcarias que aturávamos todos os dias, muita porcaria acumulada. Ainda fiz o rapaz andar mais, ele deveria estar a adorar a minha ideia de encontro ecológico, e lá voltámos a parar, mais umas duas vezes, agora já a falar de coisas sérias, até que me tive de ir embora e aí começou a verdadeira MALHAÇÃO, não sem antes ele se fazer aos chocolates da Páscoa, mesmo à espera que eu lhe ofereça alguma coisa.


Eu sabia, assim como ele sabia, que estávamos a fugir do assunto base da coisa por que não se tinha proporcionado. ATÉ QUE eu me saí com O MELHOR, MAIS FANTÁSTICO e MAIS IDIOTA trocadilho de sempre:

" - Oh N tu não és biólogo? Eu podia virar-me para ti agora e dizer-te: BIOLGA-ME!"


E é nestas coisas que o N provou que era um moço porreiro, não só não disse que não, como também não disse que sim, apenas disse aquilo que eu iria dizer: que nenhum dos dois tinha falado na coisa mas que ambos sabíamos que isso não era uma obrigatoriedade. E foi aí que eu disse basicamente, isto:


E acho que ninguém saiu de lá com a ideia que encontrou o príncipe encantado. Fui levá-lo ao metro e a despedida foi a coisa mais seca de sempre, mas mesmo assim a gente tem continuado a mandar indirectas um ao outro e parece estar tudo bem. Tirando a parte de ele me ter dito que andou a galar um gajo enquanto eu estava com ele, ao que eu me fingi de ofendido, como se eu não tivesse feito o mesmo.. 


E então, passadas vinte e quatro horas SOU ASSALTADO pelo pensamento mais ESTUPIDAMENTE PERVERSO e que comprova certamente a minha tendência para só pensar no que não devo:


" - Os dentes caninos dele eram muito grandes, aposto que ele deve dar umas mordidas jeitosas..."

Agora deixo-vos a pensar nisto!

5 comentários:

  1. |||||||||||
    Adorei: encontro ecológico...
    Gostei do texto. Mas o chaval devia ser mandado à merda, ao menos esta recicla-se. Fica tudo biológico.

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  2. Bom mesmo era ele tambem ter um blog pra poder ler a descrição do vosso encontro a partir da outra perspectiva... :)

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    1. seria no mínimo hilariante, se calhar iríamos ter visões muito díspares de algumas coisas...

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