Se alguma vez pensei que iria sair duas vezes com ele quando o conheci? Não, cruz credo. Se saímos pela terceira vez hoje mesmo assim?
Ao contrário dos outros rapazes com quem tenho saído, com o N tenho mantido contacto praticamente todos os dias, o que tem ajudado a eliminar aquela ideia errada das expectativas que se criam e que depois dão em merda por que a outra parte não é obrigada a corresponder a expectativas que nem sequer sabe que temos.
Depois de me lembrar muito subtilmente do chocolate que lhe tinha prometido e que me tinha esquecido de trazer (só no dia de anos, disse-lhe eu) quis redimir-me e levei-o à KFC, por que, como diz o ditado, "os homens apanham-se pelo estômago".
O que fazer depois de nos empanturrarmos com doses industriais de frango? Brincar com as palhinhas dos sumos pois claro! Começa o "nhec nhec" das palhinhas e só nos rimos um para o outro, por que a coisa daí para a frente só podia melhorar.
Não sem antes eu ser insultado quando lhe digo que o meu filme favorito é o "Fantasma da Ópera" e ela me diz a rir-se:
" - Isso é mesmo filme de bixa..."
Vá lá que me mostrou as músicas que tinha no telemóvel e eu vi Nightwish, Within Temptation e EPICA lá para o meio, ainda há esperança.
A coisa começa a melhorar seriamente quando já nem conseguimos falar um com o outro e nos limitámos a escrever um para o outro, comigo a amaldiçoar o corrector ortográfico do telemóvel dele por conseguir ser ainda pior do que eu, e a rir que nem uns perdidos por que a coisa já estava a ir por caminhos muito hardcore para as quatro da tarde e para dois gajos com quilos de frango frito no estômago.
MAS o ponto alto da tarde foi quando, antes de irmos embora, nos lembrámos de ir à casa de banho, ele num cubículo e eu cá fora. Nisto, sai ele do cubículo e pergunta-me muito seriamente:
"- Por que é que não foste ter comigo ao cubículo? Olha se não aproveitaste agora esquece..."
Se me passou pela cabeça enquanto ele estava lá dentro que existem pessoas que gostam desse tipo de coisa? Sim, passou- Se me passou pela cabeça a ideia de tr alguma coisa com ele num cubículo de casa de banho? Não. cruz credo. Mas ele é tão cabrão, sim, é cabrão, que mal acabou de dizer aquilo desmanchou-se a rir.
Qual é a parte má de tentarmos bater em alguém que tem quase o dobro da nossa massa muscular? Parece que lhes estamos a fazer festas. E talvez,só talvez, eu lhe quisesse mesmo fazer festas.
Enquanto fazia os tais avanços não estava à espera que o rapaz me atirasse com tostas (piada do emprego, "atira-me com tostas" é um pedido/ordem com conotações pseudo-eróticas). Acreditam que ainda seja possível uma pessoa adoptar certas posturas sem estarem à espera de alguma coisa, fazerem as coisas por que, pronto, apeteceu?
No metro, de volta a casa, apeteceu-me deixar de me preocupar muito com o que pudesse sair dali, peguei e encostei-me ao ombro dele, e por momentos vi a vontade dele de se rir mas mesmo assim não se mexeu. Se eu me mexi? Eu muito menos. Foi um momento muito lamechas mas sei lá, apeteceu-me...
Encontro que é encontro, acaba comigo no Pingo Doce a comprar lixívia e fiambre, ainda levei com o fiambre duas ou três vezes por que acreditava veemente que ele não me iria bater com ele se o incitasse muito. Nunca incitem alguém mais maluco do que vocês, por que provavelmente esse alguém vai fazer maluqueiras que vocês não fariam.
É a terceira vez que me vou a despedir dele com aquela cara de cu que Deus me deu, a pedir mentalmente que aconteça alguma coisa mas a pedir ao mesmo tempo que ele não faça nada, por receio que isso me impeça de o deixar ir embora. A verdade é que ele foi mesmo embora e pronto, eu estou aqui.
Eu não quero apressar as coisas, mas God, alguma coisa vai ter de acontecer caraças...