Lembro-me de quando era mais pequeno e pedia algo aos meus pais. Na maioria das vezes o Senhor meu pai dizia-me:
" - Hoje não, da próxima vez que cá viermos dou-te..."
E dava, sempre.. Não que fossem coisas essenciais, eram superficiais quase sempre. Mas naquele interregno entre o pedir e o receber criava uma relação de necessidade tal que, quando recebia era como se me estivesse a dar o prémio do Euromilhões.
Hoje em dia, que ganho para compras as minhas coisas, não consigo esperar por nada. Nem pelas pessoas, por aquelas que não se podem comprar. E, assim como a relação de dependência que estabelecia para com as coisas que pedia em pequeno, estabeleço essa mesma relação com pessoas, anos depois.
E, assim como as superficialidades de antes não o eram, as pessoas de agora não são o Euromilhões.
Provavelmente eu teria sobrevivido e vivido uma vida normal se não tivesse comprado aquele livro, aquele álbum. E certamente a minha vida iria continuar na mesma se não desse tanta importância a certas pessoas, como se elas fossem a última bolacha do pacote.
Como se costuma dizer, " para cada panela há um testo" e logo eu que sou paneleiro, não haveria de perceber de panelas?
Gosto de suas tiradas, são sempre sábias e filosóficas. O bom na vida é ficar com o "essencial" e ele sempre nos há de bastar. Nada que possa se mostrar como a última bolacha do pacote possui esta essencialidade. Com toda certeza, nesta vida, toda panela tem a sua tampa.
ResponderEliminarDizem que sim, mas até encontrares a tua tampa, podes brincar com outras lololol
ResponderEliminarO problema é quando brincam com a tua sem que tu queiras.
EliminarE percebes?
ResponderEliminarAssim como toda a gente, percebo da panela dos outros, da minha nem por isso.
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