segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A Primeira Revelação À Família

De todas as pessoas da minha família a quem me poderia ter aberto em primeiro lugar, acho que a minha prima foi a pessoa mais acertada para o fazer.
Com familiares espalhados aqui e ali, não tenho uma relação muito próxima com nenhum deles, mas a A é a minha única prima, filha dos meus padrinhos, uma pessoa que conhece bem os meus pais e a realidade que eu poderia (ou não) vir a passar em casa.

Aproveitando a desculpa de dar um passeio ao ar livre enquanto a música fazia as mesas do salão de jantar abanar por todos os lados, quando já estávamos longe o suficiente e a conversa estava morta qb para que o assunto não parecesse propositado (por que não foi) lá lhe contei.

Como 99% das pessoas que já sabiam, também ela ficou admirada e me disse que não fazia ideia, que não parecia nada. Preocupada deu-me a "conversa de mãe", ciente de que provavelmente eu já saberia (e teria feito) tudo vezes e vezes sem conta.

Tendo crescido próxima do Senhor meu pai e conhecendo tanto ele como a Senhora minha mãe o suficiente para saber as suas reacções relativamente a certos assuntos, lá lhe perguntei, não lhe pedindo para ser sincera mas sabendo que ela o seria, doesse ou não, que me dissesse o que me esperaria caso abrisse o jogo cá em casa.

Por que eu sei que a minha visão das coisas pode ser deturpada pelos sentimentos despontados por uma discussão a semana passada, uma briga ontem, uma prenda que me tenha sido dada há um mês, e poderia exagerar as reacções dos meus pais para o bem e para o mal.

O que ela me disse foi aquilo que eu já sabia, mas que soube bem (foi um sentimento agridoce, saber que tinha razão mas que mesmo assim, preferiria estar errado) confirmar com um terceiro:

" - Se queres que te diga, não estou a ver o teu pai a aceitar isso. Eu já o vi a insultar-te à nossa frente e honestamente não sei se ele não chegaria ao ponto de te querer agredir. Quanto à tua mãe, acho que dependeria do dia embora ela fosse muito mais compreensiva do que o teu pai..."

Quanto ao que deveria (ou não) fazer, deu-me a resposta que eu dou a mim mesmo.

Esperar, esperar e hum, esperar até poder dizer isto e outras coisas sem estar a viver debaixo do teto de terceiros.

8 comentários:

  1. Cada um tem a sua hora e o seu momento. Uma coisa é certa no entanto: Todos sabem e fingem que não sabem. Quando se oficializa o bicho não é tão feio quanto parece ser. O maior grilo é nosso mesmo.

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    1. Eu quero acreditar que eles já desconfiam de alguma coisa...

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  2. Não sei até que ponto esperares até "saíres de casa" será benéfico. Receio que, dps de cada um em sua casa, o convivio e o entendimento se torne mais difícil.
    Ainda assim, eu sempre acreditei que as pessoas podem surpreender-nos.

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    1. Verdade mas por vezes essa surpresa é na negativa...

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  3. Apoio qualquer decisão que tomos, por cá continuarei :)

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  4. que bom que tem uma prima tão chegada para conversar, isso vai ser fundamental no processo... se seu pai não te ama, nada vai mudar, se seu pai te ama, nada vai mudar! falo por experiencia propria! coragem e fé porque as coisas sempre se ajeitam!

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