Não querendo desvalorizar os nossos fanatismos de infância, que vistos à luz de anos de distância nos parecem parvos, dez anos se passaram desde que li o que na altura era o último livro da saga. E, longe de ter achado, mesmo naquele tempo, uma coisa extraordinária, fiquei contente com o final da saga e coloquei tudo naquela gaveta em que depositamos todas as coisas boas de que apenas nos iremos lembrar de quando em vez. Durante os últimos anos tendo assistido às diversas tentativas da autora de voltar a trazer a saga através de várias iniciativas, apenas me conseguia lembrar de que, assim como a nossa paciência para certas coisas, o dinheiro da senhora também acaba.
"A Criança Amaldiçoada" é um guião de teatro, com didascálias e composto maioritariamente de diálogos rápidos. Confesso que acho difícil conceber uma peça de teatro com efeitos credíveis por que as ditas didascálias são bastante explicitas e para mim, um leigo na matéria, um pouco complicadas de conceber.
Não me querendo alongar muito na descrição da trama e, falando dela de um ponto de vista puramente pessoal não gosto de viagens no tempo, que, acabam por ser o ponto fulcral desta peça. Não me perguntem o porquê de não gostar, acho que tornam todas as acções um tanto ou quanto inúteis, pois apenas os intervenientes de tais viagens sabem o que mudaram, todo o mundo permanece na ignorância relativamente ao que se viveu naqueles minutos. Longe de ser uma leitura desagradável, para alguém que leu aqueles calhamaços de fio a pavio, fica um pouco aquém das expectativas.
Este título vale, acima de tudo, para voltarem a ver personagens icónicas como Ron, Hermione, Draco, e lembrar alguns lugares comuns de todos os livros.
E para ajudarem a senhora a ganhar a vida né?
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