#1 AQUI.
Dois meses volvidos, não me parece a mim (nem a ela) que lhe renovem o contracto inicial de três meses em que está agora. Se durante os três meses mostrou vontade? Mostrou. Mas esta foi-se perdendo enquanto lhe iam apontando as falhas e enquanto, por outras palavras, lhe faziam a cama.
Para inciiarem a sua saída em beleza, pediram-lhe para mostrar as redondezas à alma que muito provavelmente irá ficar no lugar dela, alguém que, sem preparação, ficará já vinculada, segundo disse, por um contracto de seis meses.
" - Tu foste a pessoa que mais me ajudou cá dentro..." - disse-me ela, mais do que uma vez, em jeito de despedida.
E eu, por mais do que uma vez lhe disse que fiz por ela aquilo que fizeram por mim e que eu acredito que deva ser feito para quem quer trabalhar. Mas há vontades e poderes maiores do que os meus, e acredito que não seja apenas aqui que a competência é muitas vezes delegada para segundo lugar no que toca a conseguir um lugar. E que esse lugar é cada vez mais incerto quando se tem toda uma prole nas nossas costas a torcer para que isso não aconteça.
Provavelmente ficou surpreendida por poucos (ou nenhuns) terem acorrido por ela. Tal não me surpreendeu a mim.
" - Se estou cá há tanto tempo é por que sei que posso contar com os meus colegas de trabalho. Mas também sei que são os primeiros a lavar as mãos quando há problemas. E eu aprendi a lavar as minhas também. E a saber, cada vez mais, a separar os colegas de trabalho dos amigos."
Quero acreditar que ela também o aprendeu, de uma maneira bem pior do que a que me educou ao longo dos anos.
Chama-se ganhar calo.
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