quarta-feira, 11 de abril de 2018

Quem Vê Pilas Não Vê Caras

Numa sociedade que segundo muita gente nos tira tantos direitos, há quem se sinta (com toda a razão do seu lado, segundo parece) no direito de pedir coisas a terceiros. Coisas para as quais, como diria o outro senhor, "não havia necessidade".

Digo isto a respeito de um senhor/miúdo/objecto não voador não identificado que me interpelou no Grindr hoje de manhã.

" - Ai eu acho que te conheço." 

Olho e só vejo uma chávena de café no seu perfil. Por muito que quisesse dizer o mesmo duvidei que fosse estar a falar com a chávena de café que tinha tomado no dia anterior. Era suposto sentir-me lisonjeado por ser reconhecido ou amedrontado por alguém me poder expor perante um grupo de pessoas que pouco ou nada sabe da minha vida?

Por que de cowboy tenho pouco e ele de cavalo pouco ou nada deve ter lá pedi para ver com quem falava.

" - Ah e tal não sei quê, se me quiseres ver podes vir a sítio x, costumo estar sempre lá..."


Portugal, o país onde é tão mais fácil ver-se uma pila do que uma cara.
Tudo bem com essa mentalidade de nos valorizarmos e não sei quê, mas por que é que este "alguém" se achou importante o suficiente para fazer valer uma viajem a um sítio que eu nem sequer sei onde fica para estar com alguém que nunca vi mais gordo?

Quando a D trabalhava comigo chegou a dizer-me que tinha um fetiche com o José Sócrates. Se calhar esta gente importante que pulula pelo Grindr é constituída por ex-políticos conhecidíssimos e ninguém sabe. Tudo por que ninguém lhes vê a cara e tão pouco se desloca para o fazer.

2 comentários:

  1. Verdade! Todos querem que sejam os outros a mexerem-se para tudo

    São todos príncipes e ken´s e últimas bolachas do pacote ehehehehhe

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