sábado, 14 de julho de 2018

O Sadomasoquismo Visto No Cenário De Um Relacionamento Dito Normal

O título deste post é grande como tudo, tentar juntar um ou dois assuntos que creio estarem interligados entre si mesmo que não consiga estabelecer essas ligações imediatamente...

Se considerar o sadomasoquismo como sendo o "útil" e algo mais estável como o "agradável" , digámos que até agora o primeiro me atraia muito mais. Por que uma relação sadomasoquista não exige grande envolvimento emocional da minha parte, por que me permite um certo fingimento de forma a forjar sentimentos que não nutro pelo meu mestre. Por que sei que por muita cumplicidade que exista entre nós o ponto basilar é pura e simplesmente o sexo e isso não implica que a companhia seja má ou que a pessoa não me pudesse interessar fora do cenário em que nos envolvemos inicialmente. É-me mais fácil ser uma marioneta nas mãos de alguém do que ter de pensar pela minha cabeça e tomar decisões que afectem a forma como os acontecimentos se desenrolam.

Mas a verdade é que durante todo este tempo e muitas sessões passadas nunca consegui atingir um orgasmo. As dores misturadas com o que me é exigido, o nível de concentração em libertar-me completamente daquele corpo e daquela pessoa que, hum, sou eu, jogam a meu desfavor. E ao fim de algumas sessões o mestre começa a questionar se o seu subordinado está realmente a apreciar o tratamento a que é sujeito.

De cada vez que no decorrer deste "relacionamento" pensei encontrar alguém com quem pudesse construir algo mais sólido afastei-me deste cenário. Foram afastamentos consentidos e que acabaram por não dar em nada, voltando ao mundo que conhecia, em que nada era exigido de mim e eu podia ter algum prazer fazendo apenas o que me era exigido.

Passam-se meses em que não trocamos palavra. Tem sido sempre assim.
No decorrer destes meses conheço alguém que num ambiente de um relacionamento dito "normal" me consegue provocar erecções quase espontâneas mas que não consigo imaginar como alguém que esteja acima de mim, como o mestre que "ainda" tenho. Este tipo de reacções não vem a custo zero e com elas aparecem também preocupações morais, uma consciência de que para agradar neste ambiente não posso simplesmente dizer "sim" a tudo.
Sou facilitista, gosto de ter as coisas de uma forma rápida e pouco trabalhosa. E todo este "trabalho" ao longo das últimas semanas e o que vou colhendo daí me faz questionar se conseguirei voltar a enveredar por uma via de submissão, de violência. E se voltar a ele será o meu primeiro impulso caso me volte a encontrar sozinho.

2 comentários:

  1. É uma arte que me seduz em seus dois campos. Vivenciei algumas vezes mas nada que me desse o prazer que eu procurava e ainda procuro.

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    1. A vida é uma constante busca de respostas, por isso penso que estás no caminho certo! :)

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