sexta-feira, 16 de abril de 2010

Obrigações

Acredito veemente que ninguém seja particularmente bom ao fazer as coisas por obrigação. O pior de tudo é quando essas obrigações envolvem terceiros e se situam num campo em que num minuto, somos o escudo de alguém, e no minuto seguinte, somos a arma que atinge essa mesma pessoa. Quantas e quantas pessoas se obrigam a si mesmas a negar sentimentos só para se sentirem bem consigo próprias e para que de certa forma a dor que sentem, seja menos dor por causa disso?
Há sempre alguém em quem podemos colocar as nossas esperanças, alguém que parece ter sido colocado para que não nos queixemos que a vida não nos deu nenhuma oportunidade, ou que vimos essa mesma oportunidade fugir de nós sem sequer nos dar a hipótese de tentarmos.
Nunca quis tanto forçar as coisas, mesmo que sejam coisas que não devem ser forçadas.
O amor envolve um jogo, mas será que em tudo na vida há que se jogar e perder quantas vezes sejam necessárias para percebermos que temos de entrar voluntariamente ou não nesse jogo e jogar com as cartas que temos por muito más que elas sejam?
Há muito que deixei de acreditar em pessoas perfeitas, mas se ao menos ficasse com quem quero de momento, oh, ao menos a busca perfeição não me atormentaria por muito tempo.
Pena que as obrigações sejam difíceis de impingir a nós mesmos, mais do que seriam se as déssemos a outros.

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