quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Crysalys - The Awakening Of Gaia [Review]


Primeiro longa duração da banda italiana Crysalys. Auto-denominam o seu som como post-opera, escolhendo um termo mais abrangente digámos que praticam um symphonic gothic metal. Então, o que teriam eles para oferecer num disco de estreia que nenhuma outra banda do género tivesse já oferecido? Comecemos pela vocalista, Chiara Malvestitti: ao contrário de 90% das vocalistas "clássicas" que pululam por bandas do género, Malvestitti é uma cantora de ópera A VALER. Vários são os seus vídeos a cantar árias de Verdi ou a representar óperas como "Orpheu". Com um acento carregado (tão carateristico deste tipo de vocalistas) Chiara para além dos já referidos vocais clássicos arrisca-se por vezes nos vocais limpos e nas narrações, sendo o seu inglês melhor do que o que seria espectável para o tipo de banda e de onde vem. Temos também acesso a algumas (poucas) narrações no italiano de origem da banda, e é com pena que sinto a falta de uma música toda em italiano, visto ser uma língua com uma sonoridade bastante apelativa. Em audições anteriores ao lançamento do álbum achava extremamente exagerada a sobreposição de vocalizações presente nas músicas. No entanto o resultado final acaba por ser agradável, não tendo sido feito, como muitos poderiam pensar, para disfarçar uma má performance vocal da vocalista.p
Ora, o que acontece na maioria dos casos? Vocalista decente e instrumental decente não andam de mãos dadas. "The Awakening Of Gaia" consegue incorporar o peso dos dois e ter uma vocalista com vocais poderosos a encabeçar instrumentais também eles pesados, é curioso durante as dez faixas do álbum não existir a típica balada quebra-corações. No entanto, os riffs assemelham-se bastante nas várias faixas e por vezes poderia ter sido dada uma maior proeminência aos teclados ou a um solo de guitarra. Porém volto a ressalvar o poderio dos mesmos. Somente a faixa que encerra o álbum "...And Let The Innocent Dream" foge um pouco à qualidade de todo o álbum, sendo na minha opinião uma má escolha para música final.
Pontos altos? Muitos, o início de "Angelica", toda "Scarlet Crusade", o lamento da sereia em "When Sirens Sing", o início de "Time For Vultures", para nomear somente alguns... Foi, como já esperava, uma agradável surpresa, de uma banda que se tornou, sem dúvida alguma, uma das minhas favoritas. 10/10.

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