Estudo no Porto há sete anos, não conheço a cidade com a palma das minhas mãos, mas os caminhos que me vejo obrigado a percorrer, acabo inevitavelmente por me saturar e por isso mesmo procuro novos, mesmo que não muito longos. Hoje pela segunda vez apanhei o autocarro para Camapanhã, saí em S. Lázaro e andei aquele bocadinho que separa a dita localização do Campo 24 de Agosto. Gosto da zona, plana, não muito movimentada, faz-me bem andar aquele bocadinho, olhar para as coisas quase como se fosse um turista, acredito que devo dar esse ar quando ando por prazer. Hoje decidi também subir a rua [perdoem-me não me recordar do nome, sou péssimo a decorar nomes de ruas] que vai do Campo 24 de Agosto até à Escola Alexandre Herculano, outro caminho que nunca tinha tomado. E no que penso eu durante as minhas deambulações? Curiosamente não penso na vida, estou ali simplesmente a andar, quase como um vagabundo. Há dias comecei a sentir-me engolido pelo exterior, andar ao ar livre só me fazia sentir mal, os edificos altos, as ruas cheias de gente, coisas que noutras alturas me seriam indiferentes, engoliam-me a cada passo, parecia saído do meu elemento, quando me considero um citadino de primeira apanha [mesmo vivendo na aldeia]. Gostava de tirar algum proveito exacto das deambulações que faço, a saída para um problema, formulação de hipóteses, nada disso surge, apenas ando ando e ando. Quando me farto de andar, pego num livro e leio, leio até chegar ao meu destino, para aí voltar a andar novamente.
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