Apercebo-me agora que ainda não escrevi nada sobre sexta feira nem sobre o pressuposto encontro que acabou inevitavelmente por acontecer [para afastar logo presságios que me dariam invariavelmente como pendurado novamente]. Sim, é politicamente correcto dizer-se que não há mal nenhum em conhecer-se gente nova, que os amigos nunca são demais, mas quando não há uma motivação para além da mera curiosidade de conhecer a pessoa, desmotivo-me rapidamente. E apercebo-me de que isso aconteceu com todas as pessoas até agora. Se por um lado existe uma procura desenfreada, essa vontade desenfreada de estar com essas pessoas eclipsa-se logo após o primeiro encontro. Poucos e bons, muitos e maus, pareço ser seguidor dos segundos conceitos. Mas como saber se as pessoas são adequadas para nós? Processos de tentativa e erro obrigam a uma revivência de um milhão de lugares comuns que não me sinto de todo com vontade de frequentar tão cedo. Mas a vontade de que aconteça alguma coisa nova continua sempre lá, como aquela labareda que persiste ficar na lareira quando vamos para a cama e a lenha já acabou toda de arder.
Mais do que conhecer pessoas boas, quero conhecer boas pessoas, mas essas parecem estar dentro de um grupo no qual feliz ou infelizmente não me incluo.
E as malditas redes sociais sempre a lembrarem que algumas pessoas estão vivas e que continuam por aí a vaguear. Como afirmei num antigo post, uma das maiores asneiras que faço é encontrar-me com as pessoas em locais que costumo frequentar, ou seja, marcados para sempre com conotações mais ou menos negativas. Não queria acrescentar mais locais à lista, não queria ter de ver mais um rosto odioso ou puramente neutro na fachada de um edifício ou no nome de uma rua. Por vezes dá vontade de entrar nesses locais e gritar a plenos pulmões: "Foda-se esta merda toda, queimem tudo. ". É um bocadinho de mim que se esvaí com cada pessoa, cada uma, de uma forma ou de outra, levou algo em que eu acreditava.
Aparte de muitos dos meus defeitos reconheço que fui agraciado com algumas qualidades, que Deus, quem quer que esteja a olhar por mim, me dê um pouco de bom senso, de sensatez, de paz interior, para deixar de procurar nos outros aquilo que ainda não achei em mim. E que esse bom senso, essa sensatez sejam utilizados na obtenção de coisas como o meu 12,4 em Latim II e não em pessoas merdosas.
E sim, eu por saber de antemão que as pessoas são merdosas e concordar em conhece-las também faz de mim um belo merdas.
Se é verdade que quem fez a panela fez o testo para ela, deixem-me pelo menos ferver um pouco mais sem testo por que sinto que se me taparem agora, começo a deitar fora.
Sem comentários:
Enviar um comentário