" - Metade do tempo eu arrependo-me."
" - Então por que o fazes?"
" - Por que na outra metade não me arrependo..."
Ainda na Universidade, numa aula de História do Teatro a docente da disciplina disse algo que guardo até hoje. As suas palavras foram mais ou menos estas:
" - As pessoas passam a vida a dizer que querem experimentar as coisas. Nós não somos ratos de laboratório que são descartados após uma experiência. Nós temos apenas uma vida. As nossas experiências ficam connosco para o bem e para o mal."
Sempre fui (e sou) uma pessoa insegura. E o medo de que as coisas corra mal é um companheiro sempre presente. Principalmente no que toca às relações interpessoais (leia-se amorosas). O pêndulo de decidir confiar ou não em determinada pessoa pendeu sempre para a segunda hipótese. Nunca soube (ou vim a saber tarde demais) o que perdi. Mas com o passar dos anos fui dizendo mais vezes "sim" com resultados variáveis.
Lembro-me de ter dito "SIM" ao A. Por que ainda estaca combalido de uma relação que nunca viria a ser. Por que mexia comigo de maneiras que mais ninguém conseguia. E arrependi-me. Durante meses só vi arrependimento naqueles tempos. Depois comecei a ver o que tinha aprendido (de bom e de mau) e vi que, mais cedo ou mais tarde, teria de aprender tais lições. Só teria pedido para ter outro professor.
Magoaram por que vieram de alguém de quem gostava. E talvez tenha sido isso que me levou, passado tanto tempo, a encontrar um canto em tudo aquilo que não me permitia mais ser a vítima. Por que sabia que o que tinha feito fora de livre vontade, em detrimento de uma pessoa de quem gostava (independentemente dos sentimentos dele perante mim).
No reverso da moeda tenho a minha experiência (não lhe chamaria relação) com o J. Algo que sabia ser uma "experiência" que poderia correr bem. Ou muito mal. E andamos nisto há mais de um ano. Por que o único arrependimento seja talvez o de não saber o que me levou a esperar tanto para experimentar certas coisas. Por que continuo a ser a mesma pessoa insegura que pensa que uns colhões vazios não justificam uma cabeça cheia. Mas que tomou a consciência daquela parte, cada vez maior, que não se arrepende de experimentar as coisas.
" - Corre bem até ao dia que correr mal..." - digo eu por vezes.
Até lá, é esperar para ver.
Um dia de cada vez :)
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ResponderEliminar" - Corre bem até ao dia que correr mal..."
Um dia de cada vez :)
Sabedoria tripla ...