A Desconhecida

Uma pessoa vai de folga e é aí que aparece alguém a perguntar por nós! Hoje ao almoço, diz-me a L que há dias esteve uma rapariga, de cabelo vermelho e ares de gótica à minha procura. Por muitas voltas que dê ao miolo não consigo descortinar quem seja...

As Pessoas E A Linguagem

"No meio em que estou inserido não estou habituado a esse tipo de linguagem."

Esta é a maneira simpática de alguém vos dizer que vocês são mal-educados, mas sem querer parecer ofensivo. Hilariante. Um professor tem de ser culto 24/h dia? Um padre tem de pregar 24/h dia? 

Acho engraçadíssimo como as pessoas associam imediatamente o uso de palavrões a um extracto menos letrado da sociedade, a pessoas sem cultura. 

Por eu ter seguido a área de letras tenho a obrigação de ser politicamente correcto linguisticamente em tudo o que faço? Corro o risco de ser despromovido ou desacreditado por cada palavrão que digo? O facto de dizer palavrões reflecte a educação que tive em casa?

Quantas pessoas vos desapontaram enquanto vos diziam as palavras mais cordiais? E aquelas pessoas que mesmo dizendo os piores palavrões vos disseram na cara aquilo que vocês precisavam de ouvir quando mais ninguém tinha coragem de o dizer?

A citação que vêem do lado direito não está lá apenas para inglês ver, está lá por que acredito veemente nela. Frases feitas, conceitos, nunca levaram ninguém a lado algum, acções sim. Que me julguem pelo mal que eventualmente causei a alguém ao longo destes anos mas nunca por aquilo que eu disse ou digo. 

As Pessoas Boas E As Pessoas Más

Existe uma vontade inerente ao ser humano de dividir as pessoas em dois grupos: as pessoas boas e as pessoas más. E poderia ficar por aqui. Eu não gosto daquela pessoa por que ela é má, é má pessoa. Porquê? Por que faz coisas más. 

Quando se reduzem as pessoas a rótulos de "boas" ou "más" parece que se está a contar uma história, daquelas em que as madrastas são sempre más, as fadas madrinhas são sempre boas e os príncipes sempre bonitos, ricos etc.

Podemos fazer trinta por uma linha nesta vida que iremos sempre tentar que as pessoas se interessem por aquele bocadinho bom que há em nós, quase como aquela bolachinha no fim do pacote que sabe melhor do que todas as outras. E as coisas más que se fazem? Não se contam pois se contarmos as coisas más que fazemos então passámos a ser más pessoas, sinceras, mas más pessoas. E ninguém gosta de pessoas más.

Lembrando algo que a minha mãe costuma dizer, "Deus que foi Deus não agradou a toda a gente"  e pronto, se nenhum de nós, comuns mortais é Deus [não vale fazer trocadilhos com Deus-Grego ou outros semelhantes] e fez muita merda por essa vida fora, deverá para sempre ficar confinado àquele papel em que se serve somente como exemplo para que se possa apontar o dedo?