Não há problema nenhum em ter- se medo. Mas quando esse medo nos torna pessoas diferentes, é perigoso. Sinto que ao ter medo me transformo. E esse medo passa por coisas banais, mas que para mim podem ter uma importância crucial. Nunca fui pessoa de lutar contra os meus medos e sinto que se o fizesse estaria a travar uma batalha perdida, pois não acredito nas recuperações milagrosas dos filmes, nem nos conselhos sábios das séries de televisão que nos mostram que se combatermos o medo conseguimos vence- lo. É triste viver- se sempre com medo, mas quando analiso as saídas para deixar de o ter, sinto que são saídas fáceis das quais me viria a arrepender mais tarde. Porque, quando fazemos o que os outros querem, e não o que nós queremos, não temos certezas de nada, e a única certeza que podemos acarretar é a de sabermos que, por muito que lutemos, o medo está sempre lá, e que, nunca vamos conseguir alcançar aquilo a que nos propusemos por causa das promessas que fizemos. Por isso, convém não fazer promessas que não conseguiremos cumprir. É certo que, enquanto há vida´há esperança. Mas quem vive também vive com medo. E por vezes a esperança não o consegue suplantar.
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