Detesto mentir. Não o faço sem ser estritamente necessário e, mesmo que seja o caso, custa- me muito sustentar a culpa. Sinto- me muito mal agora. Sei que menti para salvar a própria pele e para não ouvir gritos durante mais de uma hora. Atitude cobarde, pois sei perfeitamente que irei ouvir esses gritos mais cedo ou mais tarde. Mas, porque razão hei- de ser sacrificado quando a razão de ter mentido me pesa mais do que alguma coisa poderá equalar? Estou cansado de prometer aquilo que não posso cumprir e por isso minto. É nas pequenas coisas que se vê o carácter das pessoas e não quero acreditar que seria capaz de me considerar a mim mesmo uma pessoa calculista que só se safa com mentiras e esquemas.
Parece uma novela. Só não sei que papel desempenho nela.
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